segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Manobra 1987

A CBF acaba de anunciar que reconhece o Flamengo como campeão brasileiro de 1987. Agora, o Sport Recife e o Rubro-negro carioca podem se considerar campeões legítimos daquele ano: o primeiro no torneio organizado pela CBF e o segundo no feito pelo Clube dos 13, que envolveu as principais equipes do país.

O reconhecimento por parte da CBF é justo. O problema é que, ao reconhecer o título, Ricardo Teixeira, presidente da entidade, garante mais um grande clube, além do Corinthians, como aliado na luta para rachar o Clube dos 13.

Uma grande batalha envolvendo a venda dos direitos de transmissão dos campeonatos brasileiros de 2012 a 2014 ameaça ruir o Clube dos 13. De um lado, está a maioria das agremiações pertencentes ao grupo, que defende que o Clube dos 13 negocie os direitos com a rede de TV que oferecer mais (o lance mínimo é de 500 milhões) e que o valor seja dividido de maneira igual para todas as equipes da Série A. Outra ala, influenciada por Ricardo Teixeira e liderada por Andrés Sanches, presidente do Corinthians, e agora, ao que tudo indica, apoiada pelo Flamengo, quer que cada clube negocie sua cota individualmente com qualquer rede de TV, o que favorece a Globo e, consequentemente, aos clubes de maior torcida.

Por isso, muito mais do que fazer justiça, Ricardo Teixeira, ao reconhecer o Flamengo como Campeão Brasileiro de 1987, realiza uma verdadeira manobra política a fim de atender seus interesses.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Matéria da Record traz acusações sobre a gestão de Andrés Sanches

Neste sábado foi ao ar no programa Esporte Fantástico, da TV Record, uma reportagem feita pelo jornalista Roberto Thomé que aborda os motivos que levaram o Corinthians a entrar em crise. Na matéria, são ouvidos os conselheiros Paulo Garcia e Osmar Stabille (opositores da gestão Andrés Sanches), além do jornalista e blogueiro Paulinho, do Blog do Paulinho.

Dentre as acusações mais pesadas, Paulinho diz que Ronaldo e Roberto Carlos quase foram agredidos por um diretor do clube no voo de volta para São Paulo, após a eliminação para o Desportes Tolima, e que Andrés Sanches vive de negociar jogadores, o que explicaria as transações no mínimo estranhas dos direitos econômicos de jogadores como Jucilei e Jô.

Confira a matéria na intregra.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Renovação e transparência?

Acabo de ler no portal do diário Lance! que o Corinthians negociou os 50% de que tinha direito sobre Jucilei. Os outros 50% pertencem ao Corinthians Paranaense. Quem confirmou a informação foi Joel Malucelli, presidente do clube do Paraná, e os agentes que cuidam da carreira do volante.

De acordo com o jornal, caso Jucilei seja negociado com o Anzhi Makhachkala, da Rússia, que ofereceu cerca de R$ 24 milhões pelo jogador, ao invés de receber R$ 12 milhões, o Alvinegro receberá apenas R$ 2 milhões, valor desembolsado para trazê-lo em 2009.

Procurado pela reportagem do Lance!, Andrés Sanches não atendeu aos telefonemas e, por meio da assessoria de imprensa do clube, disse que nenhum time dá detalhes sobre os negócios que faz. Logo ele que adotou o lema Renovação e transparência na campanha que o levou à presidência do Corinthians. A negocição só será esclarecida, de acordo com Andrés, caso Jucilei seja de fato vendido.

Não se sabe o valor que o Corinthians cobrou dos investidores, que também não foram revelados, pela aquisição dos 50% dos direitos econômicos do atleta, mas, certamente, não chega ao mesmo montante que receberia caso os vendesse diretamente para os russos.

EM TEMPO

Outra transição esquisita, envolvendo o atacante Jô, também causou desconfiança na torcida corinthiana e imprensa. Um pouco antes do atleta revelado pelo Corinthians e que atuava pelo CSKA Moscou ser negociado com o Manchester City, Andrés vendeu a parte que o Corinthians teria direito para um empresário. O problema é que o valor pago pelo empresário foi bem menor do que a bolada que o clube receberia do CSKA, caso não vendesse sua parte antes.

Até onde se sabe, o único beneficiado pela manobra foi o empresário.

E aí, Adilson?

Rafael; Danilo, Edu Dracena, Durval e Léo; Rodrigo Possebon, Arouca, Pará e Elano; Neymar e Diogo. Esse foi o time escalado por Adilson Batista na estreia do Santos na Libertadores, contra o Deportivo Táchira, e que fez o treinador receber as primeiras críticas da torcida santista, que o chamou de retranqueiro.

Um dos principais motivos que fizeram Adilson ser demitido do Corinthians, em 2010, foi o fato de ele colocar um time pesado e acostumado a cadenciar o jogo para atuar aberto e na base da correria. O resultado todos sabem: levou quatro gols do Atlético Goianiense em casa, dois do Ceará e por aí vai.

Em um post escrito aqui neste blog, apostei -- e ainda aposto -- que Adilson iria se dar bem no Santos. Acho que o estilo do treinador, que sempre gostou de colocar seus times pra jogar pra frente, combina com o do Alvinegro praiano, que tem seu lugar na história por sempre ter times ofensivos e que jogam bonito.

No entanto, Adilson tem um problema apontado ainda por torcedores cruzeirenses, quando treinava a equipe celeste: a de montar seus times de acordo com as características do adversário. Por vezes, isso pode dar certo. Por vezes -- muitas vezes -- pode dar errado.

Não sei o porquê do treinador ter escalado quatro jogadores no meio de campo que podem fazer a mesma função tática: a de segundo ou terceiro homem do meio. Porque nenhum dos quatro -- Possebon, Arouca, Pará e Elano -- são primeiros volantes ou meia-atacantes, também chamados na argentina de enganches (jogador que atua um pouco atrás dos dois atacantes, os servindo ou concluindo a gol).

Adilson deve definir o padrão tático de suas equipes. Tá certo que no início do ano quase nenhum time tem seu esquema definido. Mas o técnico campeão da América com o Grêmio em 95, ainda como zagueiro, já foi chamado no Corinthians de louco, por abrir de mais o time, e no Santos de retranqueiro, pelo jogo contra o Táchira.

Tem é que tomar cuidado para não ficar com a fama de Professor Pardal, que ganhou no Cruzeiro.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Politicagem no futebol

Somente sentindo um amor doentio -- que confesso sentir -- para o torcedor não se enojar e se afastar do futebol.

Partilho da idéia de que generalizar é um dos maiores erros do ser humano, sobretudo da imprensa. Mas muitas vezes é difícil não pensar que as pessoas envolvidas no futebol se importam com muitas coisas, menos com o sucesso do clube de futebol ou seleção que dirigem, dirigiram ou pretendem dirigir.

Explico: a oposição do Santos, aproveitando-se da notícia revelada por Andrés Sanches, presidente do Corinthians, e confirmada por Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro, presidente do Santos, de que o DIS (detentor de 45% dos direitos econômicos do Ganso) ofereceu o meia para o Corinthians no ano passado, plantou a notícia de que o mesmo DIS havia vendido a parte de que tem direito sobre o atleta para o clube do Pq. São Jorge por pura "birra" com a diretoria santista.

Essa não é a primeira vez, e nem será a última, que isso acontece no futebol. Basta lembrar da eterna briga política palmeirense (enquanto o clube não conquista nada importante há mais de dez anos) e a saída de Zico do Flamengo, no ano passado.

Politicagem e futebol, definitivamente, não combinam.

Trabalho para Marco Aurélio Cunha

Após pedir demissão do cargo de superintendente de futebol do São Paulo por perder espaço no clube, Marco Aurélio Cunha (DEM) passou a se dedicar inteiramente ao seu mandato de vereador na cidade de São Paulo.

Neste ano, o ex-cartola, que exerce seu primeiro mandato na Câmara, assumiu a corregedoria da casa e, ao que tudo indica, terá muito trabalho.

De acordo com matéria publicada pela Folha de S. Paulo, o também vereador Netinho de Paula (PCdoB) é investigado pelo Ministério Público por apresentar notas de empresas com endereços incompatíveis para justificar seus gastos. Vale lembrar que Netinho concorreu ao Senado em 2010 e era tido como nome certo em Brasília pelas pesquisas de intenção de votos. Nas urnas, foi superado por Aloysio Nunes (PSDB) e Marta Suplicy -- que na verdade já nem é mais Suplicy -- (PT).

A Folha revela que um  vereador paulistano pode gastar, por ano, até R$ 184.725,00 como despesas gerais de mandato e esse valor é reembolsado mediante apresentação de notas fiscais. Netinho gastou em 2010, R$ 147.009,00.

Segundo o jornal, Cunha pretende convocar Netinho, seu chefe de gabinete e representantes das empresas com endereços "fantasmas" que emitiram as notas investigadas pelo Ministério Público para saber o que aconteceu. O MP também deve convocá-los, antes de se apresentarem à Câmara, para prestarem esclarecimentos.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Casos Bruno Cesar e Roberto Carlos

É de se estranhar o fato de Tite ter afastado Bruno Cesar, jogador revelação do Campeonato Brasileiro de 2010, sem um forte motivo. Que ele vinha jogando mal, é fato. Mas quem do Corinthians começou o ano mostrando um grande futebol?

O fato de ele ser o jogador mais substituído desde que Tite reassumiu o time, em outubro de 2010, pode até servir de pretexto. Mas não deixa o torcedor corinthiano convencido.

Nos últimos dias, li e ouvi uma versão que pode explicar os fatos.

Bruno Cesar teria chegado ao treino sem dormir, vindo direto de uma festa. Parte do elenco percebeu, inclusive Ronaldo, que foi falar com o camisa 10. Bruno não teria aceitado os conselhos/bronca do Fenômeno. Mais do que isso, disse que Ronaldo não podia falar nada, pois todo o elenco tinha que correr por ele durante as partidas.

Vale lembrar que Bruno Cesar ficou chateado com o ex-camisa 9, que disse, após o empate em 1 a 1 com o Noroeste, pelo Paulista, que a equipe -- entenda Bruno Cesar --, estava egoísta e que, antes de concluir, deveria olhar se havia alguém melhor posicionado.

De acordo com o que ouvi e li, Tite soube da "conversa" entre os dois e tomou uma posição. Se isso for verdade, todos sabem que posição foi essa.

ROBERTO CARLOS

A pressão da torcida -- que não ligou e nem perseguiu o atleta, como ele alegou -- até pode ter motivado o lateral-esquerdo a deixar o Corinthians. Mas de tudo o que envolveu sua saída, a torcida foi o menor dos motivos.

O maior dos motivos foi a proposta financeira que ele recebeu do futebol russo. Roberto recebia no Corinthians cerca de R$ 5,5 milhões anuais. Na Russia, irá faturar 7 milhões de EUROS por ano, o equivalente a R$ 15,5 milhões.

Outro fator foi uma discussão que ele teve com Tite, em Ibague, na Colômbia, antes do confronto contra o Tolima. Não há desconforto muscular que faça qualquer treinador do mundo preterir Roberto Carlos e escalar Fábio Santos em um jogo decisivo. Vale lembrar que Roberto também teve problemas de relacionamento com Adilson Batista, em 2010.

Quanto à proposta financeira, é totalmente compreensível que o atleta, aos 38 anos, a aceite. Inexplicável é ele mentir, ao atribuir sua saída à torcida, que errou, mas que não deve pagar essa conta sozinha.  

Até os hermanos

A despedida de Ronaldo foi capa no principal diário esportivo da Argentina, o Olé.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Obrigado, Ronaldo


14 de fevereiro de 2011. Este dia ficará marcado para sempre na história por ter sido o escolhido por Ronaldo para anunciar o fim de sua fenomenal carreira. Muitos vão dizer que ele merecia um final mais honroso -- e de fato merece --, mas não é hora para isso.

Embora sua última imagem como atleta profissional seja a de um atacante pesado, sem mobilidade, vendo o clube que defende ser eliminado pelo Desportes Tolima na Pré-Libertadores de maneira vergonhosa, Ronaldo merece todas as homenagens de um atleta que passou por gravíssimas lesões e que mesmo assim colecionou títulos e gols magníficos.

Sua entrevista de despedida ao futebol, transmitida ao vivo por quase todos os canais da TV aberta e com grande destaque na mídia internacional, foi tão ou mais emocionante do que sua carreira.

Destaco duas partes: quando declara sofrer, há quatro anos, de hipertiroidismo -- doença na glândula tireóide que desregula o metabolismo e que, entre outras sequelas, resulta no aumento da massa corpórea -- e sua emoção ao definir a torcida do Corinthians.

"Quero agradecer, em especial, à torcida do Corinthians, porque eu nunca vi uma torcida tão empolgante, tão apaixonada, tão entregue a um time de futebol. Por certo que algumas vezes a cobrança por resultados torna essa torcida um pouco agressiva, um pouco fora de controle, mas algumas vezes eu já tinha falado que não imaginava ter vivido sem o Corinthians."

Embora o corinthiano possa ter sentido raiva dele na vexatória e humilhante derrota na Pré-Libertadores, não há como negar a genialidade e o carisma de Ronaldo. Muito menos a sua importância na divulgação do Alvinegro paulista por todo o mundo.

Não é exagero algum dizer que existe um Corinthians antes e depois do Ronaldo.

Resta à Fiel agradecer e torcer para que ele seja feliz.



Quase dois anos atrás...

Posto aqui um texto escrito neste blog sobre o Fenômeno em maio de 2009.

Simplesmente fenomenal!




Era sexta-feira bem cedo. Não teria aula na faculdade a noite, e a ansiedade pela chegada do final de semana fez com que eu acordasse de bom humor.
Quando ainda me arrumava, pensei: "vou comprar o Lance! hoje". Mesmo sem saber qual seria a capa, mesmo não tendo nenhum jogo importante no dia anterior...enfim, decidi que iria comprar o jornal.
Ao chegar a banca que fica próxima a estação de trem, me surpreendi com uma capa que dizia mais ou menos assim: "Ronaldo perto do Timão". Ri sozinho e pensei se aquela capa com algo tão "ilusório" valeria meus míseros R$ 1,25. Comprei o jornal.
Li e achei tudo uma baboseira. Pensei que fosse matéria para vender jornal e confesso que torci muito para o Ronaldo não vir para o Corinthians.
Esse pobre estudante de jornalismo achou que a presença dele faria mal ao grupo de Mano Menezes. Sem contar que já não acreditava em Ronaldo, não pelo seu futebol, mas pelos escândalos de sua vida pessoal.
Pois é. Ronaldo de fato assinou com o Corinthians. Ao contrario do que pensei, ele se empenhou nos treinamentos, se integrou bem ao grupo e o mais importante: voltou a nos brindar com o seu futebol!
No seu segundo jogo pelo Corinthians, o clássico contra o Palmeiras, Ronaldo começou no banco. Recordo que quando o Timão tomou o gol, falei - entenda profetizei - para o meu irmão: "O Mano tem que por o Ronaldo. Tudo bem que ele está gordo e sem ritmo, mas o cara é predestinado, é capaz de entrar e fazer um gol". E que gol, que comemoração, que repercussão...enfim, que fenomenal!
O resto todos já sabem, e pode ser resumido pelos dois gols contra o Santos. Ronaldo é diferente de tudo o que já vi passar pelos gramados brasileiros. Seu futebol é coisa de outro mundo, transcende a um time, é maior que qualquer rivalidade...futebol e carisma como o dele, foram vistos em poucos, pouquíssimos jogadores. Não é absurdo nenhum compará-lo a Pelé, pois o efeito que causa na mídia, nas torcidas e no mundo são dignas do Rei do futebol.