quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Juntos, Adilson e Santos podem se dar bem

Eu sei que Abel Braga era o nome preferido pela maioria dos torcedores santistas. Seu recente currículo vencedor aliado ao estilo boleiro carioca linha dura combina com o alvinegro praiano. Atrás dele na preferência dos torcedores, vinha Paulo Autuori. Bi-campeão da Libertadores (Cruzeiro e São Paulo) e campeão Mundial pelo tricolor paulista, o também carioca parece ter a calma e a liderança ideal para comandar os garotos da Vila Belmiro.

No entanto, o escolhido por Luís Álvaro de Oliveira e sua trupe foi o paranaense Adilson Batista. O ex-zagueiro, que por sinal era bom de bola, teve boas passagens como treinador por Figueirense, Grêmio e Paysandu, até passar duas temporadas no futebol japonês. De lá, voltou para comandar o Cruzeiro em 2008. Os mineiros queriam Mano Menezes, mas como o gaúcho escolheu o então rebaixado Corinthians, acabaram ficando com Adilson.

Lá, ele fez um bom trabalho. Mas, mesmo sendo bi-campeão Mineiro (2008 e 2009), se classificando duas vezes para a Taça Libertadores e ficando com um vice-campeonato na competição mais importante do continente, em 2009, não ficou imune a criticas e ao apelido de Professor Pardal.

ESTILO DE JOGO

Profundo estudioso do futebol, Adilson não gosta que seus times joguem de maneira fixa. Prefere adequar o esquema de acordo com o próximo adversário e não abre mão de jogadores versáteis e velozes. Isso resulta em futebol bonito. Isso, algumas vezes, também resulta em derrotas vexatórias.

Foi assim no Cruzeiro e, principalmente, no Corinthians. O elenco celeste tem jogadores rápidos, versáteis e novos, como gosta o futuro comandante santista. O Corinthians não. Seus experientes atletas primam pela posse de bola e pela paciência de encontrar o momento certo de atacar. A incompatibilidade de filosofia de jogo e os desfalques foram os principais motivos que derrubaram Adilson no Timão.

Já o elenco do Santos tem um estilo que casa com o do treinador, que quando jogou no Grêmio, em 95, recebeu o apelido de Capitão América (ele ergueu a taça do segundo título gremista na Libertadores). A mesma taça é o sonho do Santos para a próxima temporada. "Queremos a terceira estrela", costuma dizer o presidente Luís Alvaro.


O único problema do Santos é a inconsistência defensiva. A dupla de zaga é boa, porém pesada. Precisa de um cão de guarda que lhe dê segurança, assim como Edinho faz no Palmeiras de Felipão, Ralf faz no Corinthians e Guiñazu faz no Inter campeão da América.

Adilson teve tempo para pensar e deve ter refletido bem sobre os motivos que o tiraram do Corinthians. Ele ainda é um treinador em maturação e tem muito a evoluir. Seu estilo de jogo favorece o futebol bonito. E qual é o time brasilero com o futebol mais bonito em 2010? Justamente o clube que Adilson irá treinar em 2011.

Se ele conseguir dar consistência defensiva e padronizar um pouco mais o estilo de jogo de suas equipes, tem tudo para dar a volta por cima na baixada, com o perdão do trocadilho.

Um comentário:

  1. Eu, como santista puro sangue, não gostei da contratação do Adilson. Como vc mesmo disse sabiamente, ele ainda é um treinador em maturação, e a equipe santista, apesar de ter um estilo de jogo compatível com o dele, precisa de um treinador que seja experiente pra controlar o ímpeto da garotada...

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