quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

E aí, Adilson?

Rafael; Danilo, Edu Dracena, Durval e Léo; Rodrigo Possebon, Arouca, Pará e Elano; Neymar e Diogo. Esse foi o time escalado por Adilson Batista na estreia do Santos na Libertadores, contra o Deportivo Táchira, e que fez o treinador receber as primeiras críticas da torcida santista, que o chamou de retranqueiro.

Um dos principais motivos que fizeram Adilson ser demitido do Corinthians, em 2010, foi o fato de ele colocar um time pesado e acostumado a cadenciar o jogo para atuar aberto e na base da correria. O resultado todos sabem: levou quatro gols do Atlético Goianiense em casa, dois do Ceará e por aí vai.

Em um post escrito aqui neste blog, apostei -- e ainda aposto -- que Adilson iria se dar bem no Santos. Acho que o estilo do treinador, que sempre gostou de colocar seus times pra jogar pra frente, combina com o do Alvinegro praiano, que tem seu lugar na história por sempre ter times ofensivos e que jogam bonito.

No entanto, Adilson tem um problema apontado ainda por torcedores cruzeirenses, quando treinava a equipe celeste: a de montar seus times de acordo com as características do adversário. Por vezes, isso pode dar certo. Por vezes -- muitas vezes -- pode dar errado.

Não sei o porquê do treinador ter escalado quatro jogadores no meio de campo que podem fazer a mesma função tática: a de segundo ou terceiro homem do meio. Porque nenhum dos quatro -- Possebon, Arouca, Pará e Elano -- são primeiros volantes ou meia-atacantes, também chamados na argentina de enganches (jogador que atua um pouco atrás dos dois atacantes, os servindo ou concluindo a gol).

Adilson deve definir o padrão tático de suas equipes. Tá certo que no início do ano quase nenhum time tem seu esquema definido. Mas o técnico campeão da América com o Grêmio em 95, ainda como zagueiro, já foi chamado no Corinthians de louco, por abrir de mais o time, e no Santos de retranqueiro, pelo jogo contra o Táchira.

Tem é que tomar cuidado para não ficar com a fama de Professor Pardal, que ganhou no Cruzeiro.

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