sábado, 5 de junho de 2010

Poucas opções e muitas dúvidas

Passaram-se quase quatro anos desde as últimas eleições presidenciais e mais uma vez teremos a oportunidade de escolher um novo comandante político para a nossa nação. Diferentemente do que aconteceu no último pleito, onde a reeleição de Lula era praticamente certa, desta vez, sabemos que o país irá passar por mudanças. Mesmo que o vencedor, no caso, vencedora, seja Dilma Rousseff, a candidata petista. Além dela, concorrerão ao cargo José Serra (PSDB), que pela segunda vez tentará ser presidente, Marina Silva (PV), que há pouco ainda era filiada ao PT, e mais alguns candidatos que receberão uma mísera porcentagem de votos.

A ausência mais sentida é a de Ciro Gomes (PSB), que, junto com Marina, poderia servir de alternativa para o bipartidarismo -- PT/PSDB -- que cada vez mais toma conta da nossa política em esfera nacional. Papel que ele já desempenhou em 2002 ao lado de Antony Garotinho (na época filiado ao PSB). Este teve 17% dos votos no primeiro turno enquanto Ciro (que era do PPS) recebeu 11%. Em 2006, embora com menos votos a favor, Heloísa Helena (PSOL), com 6% dos votos, e Cristovam Buarque (PDT), com 2%, foram os "fora do eixo" a tentarem incomodar tucanos e petistas.

Mas, neste ano, como opção viável além dos dois poderosos partidos, teremos somente Marina, que não é consenso nem dentro de seu partido – principalmente na ala liderada por Fernando Gabeira. Claro, mesmo que tivéssemos outras opções, dificilmente o Palácio do Planalto deixaria de ser habitado por Dilma ou Serra. No entanto, teríamos mais trocas de idéias, de visões, de ideologias. Mas, são três candidatos, onde somente dois, de fato, brigarão pela vitória.

Dilma, dona de um passado desconhecido e de um futuro mais que incerto, representa um governo com altos índices de aprovação e que estatisticamente fez o Brasil evoluir. Serra é o cara da oposição, que terá de enfrentar a candidata apoiada pelo presidente mais popular que o país já viu. É um administrador competente, mas que, se vencer, constantemente terá que ver sua gestão ser comparada com a de um governo que se mostrou competente. E aí? São somente dois candidatos: Serra e Dilma. Mas que deixam muitas dúvidas no ar.