quarta-feira, 21 de setembro de 2011

A eterna crise alviverde


A situação do Palmeiras é complicada e curiosa, tanto dentro como fora de campo.

Dois amigos meus, palestrinos, me mandaram emails que demonstram bem a fase da equipe dentro das quatro linhas.

“O time tem a defesa menos vazada do campeonato; ao lado de Vasco e Flamengo, é a equipe com o menor número de derrotas entre todas que disputam o Brasileirão; em compensação, é o time que mais empata entre os 20 participantes, 11 vezes....coisas que só o Palmeiras proporciona aos adversários”, disse um. O outro, copiado no email, completou: “E o time que, dos grandes paulistas, teve melhor desempenho nos clássicos: goleou o Santos, venceu o Corinthians e empatou com o São Paulo. Vai entender!”

Obviamente, os dois se referiam ao fato de o Palmeiras, mesmo com números bons, ocupar apenas a 8ª colocação no Brasileirão, com 35 pontos, dez a menos que o líder Vasco.

“O time é limitado e, se não fosse o Felipão, a situação seria muito pior”. Certa ou errada, essa é a frase mais usada para definir o Palmeiras hoje.

Não vejo a equipe com elenco para ser campeã. Briga pela Libertadores, e olhe lá. Mas isso, na minha modesta opinião, não é o que mais deve preocupar um palmeirense. Sei que títulos são importantes, são eles que mantém o sentimento vivo na maioria dos torcedores, mas a questão vai muito além.

Não enxergo hoje no clube uma perspectiva de um futuro organizado. O extracampo palmeirense é cada vez mais atordoado, cheio de fofocas, brigas políticas, sede de poder.

Existe oposição dentro da posição. E o pior: oposição até mais ferrenha que a própria oposição (deu para entender?).

Para se ter idéia, o presidente Arnaldo Tirone fez oposição a Luiz Gonzaga Belluzzo, mas nas últimas eleições foi apoiado por Salvador Hugo Palaia, que fazia parte da gestão Belluzzo. Ainda sobre o Tirone, alguns diziam que ele era laranja de Mustafá Contursi e que o ex-presidente, que o apoiou nas últimas eleições, é que de fato iria mandar no clube. Mas Mustafá rompeu com Tirone.

Sem contar a briga no departamento de futebol. O vice-presidente Roberto Frizzo, que comanda o setor, não se dá bem com Felipão, pelo contrário. A troca de farpas é nítida. Enquanto Frizzo tenta minar o treinador que liderou o clube em sua conquista mais importante — a Libertadores de 1999 — nos bastidores, Felipão rebate por meio da imprensa.

Em meio a tudo isso, ficam os jogadores, muitos deles desinteressados em ajudar dentro de campo.

Felipão só não saiu do Palmeiras porque deve gostar muito do clube. E também porque gosta de guerra e não quer dar ao Frizzo um gosto de vitória na queda de braço que travam. Tem gente que defende a tese de que ele também não saiu por causa da alta multa rescisória de seu contrato.

Agora, partindo do pressuposto de que todos que estão no Palmeiras estão lá porque gostam do clube, porque são palmeirenses, não seria mais fácil se unirem, passarem por cima dos seus interesses e colocarem o clube de volta aos trilhos?

Porque, sem querer bancar o profeta do apocalipse, se um ponto final não for colocado, essa briga política não terá fim e o torcedor palmeirense, que não tem nada a ver com isso, vai continuar sofrendo.

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