segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Máfia impune

O escândo da arbitragem, que manchou o Brasileirão de 2005 e abalou a paixão de muitos amantes do futebol, não vai gerar sansão alguma aos seus autores. Isso porque, nessa quinta, o Tribunal de Justiça de São Paulo arquivou o processo do caso.

Os desembargadores Francisco Menin e Christiano Kuntz votaram pelo arquivamento do caso, pois alegaram que após ampla análise, não encontram artigos na lei que classifiquem a falcatrua como crime. O outro desembargador responsável, Fernando Miranda, votou pela anulação da ação.

Para quem não lembra, a máquina de manipulação funcionava da seguinte forma: haviam dois sites de apostas na internet, onde o apostador tentava acertar os resultados de jogos realizados no Brasil. Para não perderem dinheiro, os empresários Nagib Fayad e Vanderlei Pololi, ligados a esses sites, aliciaram os ex-árbitros Edílson Pereira de Carvalho e Paulo José Danelon, que atuava na Série A2 do Paulista, para que fabricassem o resultado dos jogos que apitassem. Em troca, eles recebiam compensações financeiras dos empresários. Mais tarde, após serem detidos, os dois confessaram que manipularam diversos jogos.

As conseqüências do(s) roubo(s) de Edílson Pereira de Carvalho foram irreparáveis. O Internacional, time que melhor se preparou e que merecia o título de 2005, amargou o vice campeonato de maneira injusta. Tudo porque Luiz Sveiter, então presidente do STJD – Superior Tribunal de Justiça Desportiva -, ordenou que fossem jogados novamente os 11 jogos apitados por Edílson. O Corinthians, que nesse caso não agiu de má fé, foi beneficiado, pois recuperou alguns pontos perdidos, se sagrando então o Campeão Brasileiro de 2005.

O título não teve tanta – para não dizer nenhuma – graça para o torcedor corinthiano. Muitos já estavam enojados com a gestão MSI (outra máfia, essa pertencente a Boris Berezovsky e Kia) no time do povo. Um título manchado por ações no tapetão não levou a maioria dos corinthianos a êxtase algum.

O Ministério Público ainda pode recorrer ao arquivamento do processo. Mas, como nas leis brasileiras não há artigo que condene a falcatrua de Edílson e sua corja, tal ato parece improvável. Sabemos que vivemos no país da impunidade. O resultado final do processo citado mostra isso. Mas, o povo, já deu seu veredicto: "Edílson, Edílson, Edílson...."....esse era o coro mais entoado pelas torcidas entre o final de 2005 e no decorrer de 2006, quando algum árbitro parecia "roubar" em algum lance de qualquer partida de futebol. Que esse coro seja ressuscitado dentro dos estádios, para que todos vejam a indignação do povo brasileiro, que viu alguns se beneficiarem às custas da paixão nacional.

LINK: Leia a matéria da Veja que denunciou a máfia do apito de 28 de setembro de 2005

http://veja.abril.com.br/280905/p_072.html



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2 comentários:

  1. É mano, o futebol perde a graça por causa dessas coisas... Que confiança temos em qualquer resultado por aí? E, quando descobrem as falcatruas, os responsáveis ficam soltos aí, impunes!

    Infelizmente esse é o país da impunidade!

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